segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

José Eliton assiste amistoso entre Vila e Fla ao lado de menino de 6 anos que procurava material escolar no lixo, em Rio Verde


Dois policiais militares mobilizaram o comércio local e, em poucas horas, surpreenderam o garoto e a avó na residência, ao entregar à família objetos escolares, roupas e calçados. Vice-governador se emociona ao conhecer Gabriel Oliveira Barbosa. “Ele é exemplo de que, mesmo em situação de graves dificuldades, as pessoas podem optar pelo melhor caminho, o do conhecimento e do saber”, disse


Durante o amistoso que marcou a vitória do Vila diante do Flamengo (2 a 1), no Serra Dourada, sábado (21/01), o vice-governador José Eliton se emocionou ao conhecer Gabriel Oliveira Barbosa, o menino de 6 anos de idade que foi encontrado por policiais militares revirando o lixo numa das ruas de Rio Verde, em companhia de sua avó, Zilda, à procura de material escolar. Comovidos, os policiais Denilton Souza Queiroz e Paulo Henrique Aires Campos, do 2º Batalhão da Polícia Militar do 8º Comando Regional, mobilizaram o comércio local e, em poucas horas, surpreenderam o menino e a avó na residência, entregando todo o material, além de roupas e calçados de que precisa para frequentar a escola. 
 
No Serra Dourada, José Eliton parabenizou os policiais militares e os destacou como exemplo para a corporação e para a sociedade.  Vestido com a camisa do Vila, Gabriel se disse torcedor do Tigrão, do Flamengo e, mais recentemente, também da Chapecoense. Ele entrou com o time em campo e, depois, foi recebido pelo vice-governador e seu filho Netto, com quem assistiu ao amistoso, vibrando com os dois gols de Wallyson que deram ao Vila a vitória histórica diante do time carioca. Para José Eliton, Gabriel é exemplo de que, mesmo em situação de graves dificuldades, as pessoas podem optar pelo melhor caminho, o do conhecimento e do saber.
 
“Tenho certeza de que Gabriel terá uma brilhante trajetória na sua formação e que continuará a nos orgulhar com sua determinação e capacidade de sonhar”, afirmou José Eliton. O menino é criado desde bebê pela avó Zilda, que é catadora de produtos recicláveis pelas ruas de Rio Verde. A sua viagem e a dos policiais à capital do estado foi organizada pelo comandante do 8º CRPM, coronel Aylon José de Oliveira Júnior, depois que a assessoria da PM conseguiu apoio junto aos proprietários do Hotel Alpha Park.

A mãe de Gabriel teve cinco filhos. Sem condições de criá-los, deixou a criança com a avó para não ter que doá-lo para outra família. O menino ajuda na atividade de catação de produtos recicláveis e estuda na Escola Dona Gercina. Como a escola fica longe de onde mora, Gabriel tem apoio do transporte escolar que o leva gratuitamente. Segundo o coronel Aylon, do 8º CRPM, Gabriel afirmou que ainda não sabe ler.

Eles foram recepcionados, primeiro no hotel em que ficou a delegação do time carioca. Na chegada do Flamengo, o menino Gabriel ganhou uma camisa do time. Em seguida, o neto de dona Zilda foi levado ao Vila, onde foi recepcionado pela diretoria e pelos jogadores. Ele foi agraciado com um uniforme completo do seu time de coração, com um boné e uma bola oficial. Ainda no clube, o presidente Ecival Martins gravou um vídeo homenageando os policiais que fizeram a mobilização junto aos comerciantes de Rio Verde para conseguir o material que Gabriel precisava para retomar os estudos neste ano.

Gabriel foi para o estádio Serra Dourada com a equipe do Vila e aproveitou o trajeto para conversar com os jogadores. No calor da hora, chegou a dizer que quer ser jogador quando crescer. E lá, sob os aplausos da torcida colorada, entrou em campo com os jogadores. Para o comandante do 8º CRPM, coronel Aylon Oliveira, sem dúvida, essa foi uma experiência que marcará para sempre a vida de Gabriel.



Uma mochila velha, um apontador e uma borracha


A alegria do menino ao encontrar material escolar no lixo comoveu dois policiais militares que, em poucas horas, escreveram uma nova história para Gabriel e sua avó


Era um patrulhamento de rotina. Os soldados Denilton Souza Queiroz e Paulo Henrique Aires Campos passavam pela Rua Piauí e viram que um menino vasculhava o lixo das casas acompanhado de uma senhora. Deram a volta no quarteirão e pararam para conversar com eles. Naquela hora, Gabriel exibia com um entusiasmo de quem ganha um troféu uma mochila rasgada e suja que acabava de encontrar, dizendo: “Agora eu tenho uma mochila para ir para a escola”. Comovidos, os soldados pegaram o endereço da avó do menino e saíram.

Foram em lojas da cidade e contaram o que haviam presenciado, pedindo a compreensão e a colaboração de todos. Em poucas horas, eles conseguiram a doação de uma mochila nova, cadernos, lápis, estojo e outros materiais, além de tênis, sandálias, meias e roupas, entre outros produtos. No mesmo dia, os policiais foram à casa de Gabriel, na Rua JA 02, Quadra 36, Lote 31, no bairro Dom Miguel, naquela cidade, levar tudo o que haviam arrecadado.

Para o menino Gabriel e sua avó, foi uma grande surpresa a chegada dos policiais com tantas sacolas, pois não estavam esperando nada. Segundo o soldado Aires, essa ação só foi possível porque os comerciantes foram solidários e ajudaram a concretizar o sonho do menino de ir para a escola com o material necessário. As doações, segundo informou o comandante Aylon Oliveira, foram feitas pelos proprietários da Papel Brink, Lojas Brasil 10, Preferidas Modas, Lojas Maravilha, Mercado dos Sapatos e Central Arte, todas de Rio Verde.

O comandante ressaltou que o trabalho diário da avó de Gabriel, na coleta de produtos recicláveis nas ruas de Rio Verde, só custeia a alimentação da família. “É para a sobrevivência, não daria para comprar o material escolar do menino”, explicou. “Por isso os policiais ficaram tão comovidos, porque aquela mochila sem alça, o apontador e a borracha era tudo o que ele tinha para começar as aulas”, completou.

A ação desses policiais não para por aí. De acordo com o comandante do 8º Comando Regional da PM de Rio Verde, coronel Aylon Oliveira, eles já decidiram levar adiante uma campanha para ajudar a avó de Gabriel a reformar a casa em que vivem. Uma residência pequena e simples e que precisa de reforma. “Sem dúvida, a atitude dos nossos policiais militares mudará para sempre a trajetória de vida de Gabriel”, afirma o comandante.




FOTOS: JOTA EURÍPEDES

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